quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Dia 00 - Metamorfose ambulante...


“Eu prefiro ser esta metamorfose ambulante. 
 Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”...(Raul Seixas)

Começar algo não é uma tarefa fácil...e terminar também não. Só quem já tentou terminar algo sabe do que estou falando...terminar um relacionamento... pedir demissão...abandonar um lugar, uma cidade, por um ponto final. Dar xeque-mate. Mas, não quer dizer que isto seja algo ruim, quando terminamos algo, abrimos espaço para que algo novo aconteça. A experiência destes 30 dias compartilhados com vocês leitores foi uma experiência única, e já sinto antecipadamente uma saudade doída, que meu velho amigo descreve muito bem:

“Ao final de nossas longas andanças chegamos finalmente ao lugar. E o vemos então pela primeira vez. Para isso caminhamos a vida inteira: para chegar ao lugar de onde partimos. E, quando chegamos, é surpresa. É como se nunca o tivéssemos visto. Agora, ao final de nossas andanças, nossos olhos são outros, olhos de velhice, de saudade”...(Rubem Alves)

Mas termino feliz, pois consegui cumprir com o prometido. E o saldo disso tudo? Muito positivo, mais que me expor, mais que me fotografar, ou ainda tentar escrever, eu tive respostas, apoios e incentivos de pessoas que pareciam tão longe de mim, e agora as sinto tão perto. Sou grata a cada um que leu, mesmo que anonimamente, e a todos os comentários, pertinentes e que me ajudaram sim, a me conhecer.

É certo que em 30 dias não mudou muita coisa,  eu continuo na instabilidade profissional, nenhum rei encantado surgiu em minha vida ainda, e eu não engordei nem emagreci, rs.  Mas algo de extraordinário aconteceu... eu pude sentir que, a cada post eu me reconhecia mais e amadurecia mais um pouco... e ia me transformando. Eu construí tijolos...e meu castelo deixou de ser de areia. E agora é só levantar as paredes. E isso demanda dedicação, esforço e disciplina.

E esta transformação não é assim instantânea, imediata. Não é de um dia para o outro que deixamos um monte de crenças erradas pra trás e passamos a acreditar mais em nós mesmos, ou ainda aceitar as dificuldades com resiliência (adoro esta palavra!). Esta transformação é como um quadro do Escher, é um lagarto que vai virando pássaro lentamente, é um peixe que se transforma em ondas...vagamente, gradativamente....encantadoramente.

Despedidas nunca são gostosas, é sempre aquela dorzinha de ter que deixar pra trás alguma coisa, em prol de outra melhor. Não tirarei o blog do ar, os posts, continuarão ali, como registro, mas agora sem o compromisso de escrever diariamente. Talvez algum dia eu escreva novamente? Talvez…ou poste um look que julgue interessante? talvez... mas o que mais sinto necessidade agora é de foco. Ir atrás dos meus sonhos, me concentrar e escrever outras linhas...um projeto de mestrado, talvez...

Temos que ser “metamorfoses ambulantes” e se reinventar, se transformar a cada dia, a cada momento e se surpreender com o que encontramos de belo no meio das pedras no caminho...afinal, pra voar como borboletas, é preciso passar pela dor do casulo...

“ A alma é uma borboleta...há um instante em que uma voz nos diz que chegou o momento de uma grande metamorfose”...(Rubem Alves)

LOOK 00: O vestido da Antix, com estampa inspirada na obra do Escher que comprei antes de perder o emprego, era pra comemorar os meus quarenta anos em uma noite especial...

2 comentários:

Fernanda Inayá disse...


Gostaria de agradecer os textos, me levavam a considerações internas... me fizeram lembrar outras tantas coisas.

Sentirei falta de ler os post's , não que eu lesse diariamente porque mesmo fazendo parte de uma geração que respira tecnologia eu, particularmente, não gosto! e a perspectiva de ter que ler coisas na frente da tela de um computador me é angustiante... sou mais adepta de uma folha de papel nas mãos (mesmo não sendo muito ecológico rsrsrs), logo eu separava um tempo pra colocar a leitura em dia.

Amei o que falou: “Banda boa é banda que acaba”, sentirei saudade de poder vir aqui e ler seus textos.. era como poder fazer parte e ainda estar perto... ás vezes me afeiçoo a pessoas que passam por mim de forma ligeira, mas deixam uma sensação tão boa que gostaria de sempre tê-las por perto e com não é possível, quase sempre, guardo-as dentro de mim com um carinho enorme... e sim, me afeiçoei por vc querida professora!!! Me fascinei: por seu jeito intelectual, por seu intelectual (o que puder conhecer em sala, e a expectativa que criei), por sua encantadora, singular e peculiar beleza, claro seus looks! seus textos, seu vocabulário!!! Gosto de pessoas que me fascinam...

Um beijo e abraço com muito carinho!!!

Diego disse...

Ficarei aguardando ansiosamente para próximos inesperados posts. Assim que você postar algo tenha a certeza que estarei aqui para ler, assim como sei que muita gente estará! Parabéns pela conquista novamente, e nos vemos mais adiante então! Bjos